domingo, 25 de setembro de 2011

A importancia de se estudar a bíblia dentro de seu contexto original.

Por :Moréh Alessandro

Muitas pessoas têm a impressão de que ler, entender e explicar a Bíblia é coisa complicada. Isso pode ser resultado de sua própria experiência, um tanto quanto frustrante, mas, ao que parece, tem muito mais a ver com o que dizem e fazem outros intérpretes da Bíblia, que vendem a imagem de que o processo é, de fato, extremamente complicado. Há alguns malabarismos exegéticos e interpretações de caráter duvidoso que confundem os menos avisados. Na verdade, interpretação bíblica não é, e nem deveria ser, tarefa acessível apenas a especialistas. A Bíblia é um livro claro. E não é de hoje que se diz isso; a própria Bíblia já o afirma (1 Co 2.11; 1Jo 2.27). 


Meu primeiro contato com a língua hebraica foi em, 1998 no IBADJA, Instituto Bíblico da Assembléia de D’us de Jardim Alvorada, Nova Iguaçu. Naquele dia na aula de exegese com o professor Marcio Loderlo, eu experimentei algo que não consigo descrever, mas posso afirmar, daquele dia em diante eu resolvi me aplicar sistematicamente ao estudo da bíblia, começando pela língua que fora escrita e traduzida. Em 2003 tive o privilégio de estudar com o Professor Roberto Alves e outras autoridades no assunto.
Apesar dos meus conhecimentos eu não me considero catedraticamente autoridade em lingüística, mas, com toda humildade dediquei-me em estudar todos os campos e ciências que tratam da bíblia, sua origem, tradução, e interpretação. O resultado, é este e outros trabalhos relacionados a Escritura Sagrada e seus diversos temas.
 
O termo "Bíblia"
"Bíblia" é uma palavra grega plural, que significa "livros", ou, para ser mais exato, "rolos"¹. Em grego se pronuncia biblía, βιβλΐά, com acento no segundo i.
Embora a palavra, nessa forma de plural, apareça três vezes no Novo Testamento (Jo 21.25; 2Tm 4.13; Ap 20.12), em momento algum se refere aos livros da própria Bíblia. Segundo consta, foi o teólogo cristão Orígenes quem, por volta de 250 d.C, pela primeira vez usou o termo "Bíblia" para designar os livros do Novo Testamento (NT). Depois, por volta do ano 800 d.C, o termo entrou no latim, para designar o conjunto dos livros sagrados. O termo no hebraico é תּנךּ Tanakh, se pronuncia, “tanar, é uma acróstico formado pelas palavras, תוֹרה , toráh , נביּים , Nevíim, כּתוּבים , Ketuvím. Do hebraico, passou a outras línguas, grego, latim, português, inglês e demais línguas, tanto é assim que em inglês se diz Bible; em alemão, Bibel; em italiano, Bibbia, e assim por diante.
Embora, por vezes, o termo apareça em sentido figurado, para designar um livro de grande importância ou um livro que se consulta com freqüência, quando se diz Bíblia à maioria das pessoas sabe do que se está falando.
Palavra de D’us normativa
A Bíblia é um livro bem humano, escrita por pessoas, que usaram linguagem de gente, não de anjos. Mas ao mesmo tempo ela afirma - e assim a Igreja o confessa - que é a palavra de D’us*, a palavra que D’us inspirou. Ela é, como se diz em certa língua indígena, "a fala de D’us no papel".
A própria Bíblia não explica como se deve entender a inspiração. Na segunda epístola de Pedro se diz que "homens falaram da parte de D’us, movidos pelo Espírito Santo" (2. Pd. 1.21 ). O termo que foi traduzido por "movidos" pode também ser entendido como "guiados". Homens foram movidos ou guiados pelo Espírito. O Espírito guiou o quê? Os pensamentos? A escolha das palavras? A mão, ao escrever? A Bíblia não explica. Ela simplesmente diz ser inspirada pelo Espírito Santo (At.1.16; 2. Tm. 3.16; 2. Pd.  1.21).
Como palavra de D’us em linguagem humana, a Bíblia é a única norma de fé e de vida. A locução "única norma" expressa o sola Scriptura ("somente a Escritura") da Reforma. Como única norma de fé, a Bíblia diz o quê, ou, melhor, em quem se deve crer. Como norma de vida, ela, e só ela, diz que vida é agradável a D’us (2Tm 3.14-17).

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